Sustentabilidade na piscicultura

A sustentabilidade tem se tornado palavra de ordem para atividades que dependem do meio ambiente

Criação de peixes

Muito além dos peixes, a piscicultura precisa do meio ambiente para funcionar. Isso implica no desenvolvimento da atividade com a utilização de recursos naturais que, por sua vez, precisam ser preservados. Essa relação, portanto, deve ser sustentável, seja com os recursos utilizados diretamente, seja com os utilizados indiretamente.

Denis Leocádio, um dos professores do Curso a Distância CPT Outorga de Água, explica que a piscicultura é uma atividade extremamente dependente não só da água, como também do meio ambiente em geral, fato que o piscicultor deve levar em conta para desenvolver sua atividade da forma mais sustentável possível.

O conceito de empreendimento sustentável é bastante amplo e é preciso levar em conta uma série de fatores para percorrer, de fato, um caminho sustentável. Confira a seguir alguns pré-requisitos para que os empreendimentos piscicultores encontrem esse caminho rumo à sustentabilidade:

Observação e respeito aos limites de produção

Todos os ambientes escolhidos para a criação de peixes e outros organismos aquáticos – sejam eles mares, rios, lagos, açudes ou até tanques – possuem uma capacidade máxima para assimilar os resíduos orgânicos e os nutrientes gerados na produção. Quando esses ambientes atuam com a capacidade máxima, há mais riscos de mortalidade dos peixes pela falta de qualidade na água ou por doenças. Isso nos leva a concluir que os limites de produção devem ser respeitados, para que o ambiente possa operar dentro de uma capacidade econômica.

Aproveitamento eficiente da produtividade primária e detritos orgânicos gerados

Em sistemas de criação com tanques em que há baixa renovação da água, há crescente atividade primária por conta do aporte de nutrientes via ração, fertilizantes e excreção dos peixes. Por conta disso, deve-se escolher a espécie que consiga aproveitar todos esses “produtos” da melhor forma, para diminuir a carga orgânica nos tanques e nos efluentes. Recomenda-se escolher espécies que se alimentem de fitoplâncton, ou o policultivo, com peixes também se alimentem assim e espécies de peixes detritívoras.

Mínimo uso de água e aporte de efluentes

A grande preocupação acerca do uso da água é cada vez maior e, em um futuro muito próximo, certamente haverá um rigor maior sobre seu uso e descarte de efluentes. Dessa forma, os sistemas com menor uso de água se tornarão mais importantes no setor e os que ainda não estiverem de acordo com essa “futura regra” poderão sofrer restrições ou proibições.

Menor uso de energia

Atrelado ao uso consciente e reduzido de água, está a menor dependência da energia, o que também “obriga” os produtores a otimizar a energia para conseguirem desenvolver uma piscicultura mais sustentável. Essa meta se torna mais palpável quando há adoção de sistemas menos intensivos, que dependem minimamente de energia para aeração ou bombeamento de água. Outra opção é o refinamento tecnológico dos novos sistemas de produção, alternativa mais dispendiosa, mas que permitirá, por exemplo, a produção de mais peixes com limitado uso da energia, da água e do espaço, sem efluentes.



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Outorga de Água
Criação de Peixes – Como Implantar uma Piscicultura
Nutrição e Alimentação de Peixes

Fonte: Panorama da aquicultura – panoramadaaquicultura.com.br
por Renato Rodrigues

Renato Rodrigues 05-09-2019

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