Princípios básicos para produção de alevinos de surubins (Pintado e Cachara)

Investir na produção de alevinos de surubins pode ser uma boa opção para piscicultores

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Os surubins são peixes de água doce bastante apreciados e populares no Brasil por possuir carne de qualidade e facilitar a pesca esportiva. Esses peixes são utilizados em muitas receitas regionais e sua carne possui características diferenciadas, o que destaca a relevância de sua produção.

O professor Manuel Braz, do Curso a Distância CPT Produção de Alevinos, ressalta a importância de se conhecer cada etapa do manejo da espécie para conseguir obter uma boa produção, sendo necessário, ainda, saber informações específicas sobre a espécie criada.

Os surubins possuem grande importância econômica, porém seus sistemas de produção ainda são pouco estudados. Suas características comerciais e zootécnicas são muito desejáveis, pois eles crescem rápido e são gastronomicamente apreciados.

Reprodução

Os reprodutores de surubins são selecionados, geralmente, a partir de animais que vêm dos viveiros de engorda ou são capturados em rios e lagoas. Não é recomendado selecionar reprodutores provenientes de apenas uma localidade, para que haja variabilidade genética.

Pesquisas realizadas a partir de observação indicam que a maturação sexual dos machos ocorre no segundo ano de vida do peixe, com peso médio de 1,5kg, enquanto a das fêmeas chega no terceiro ano, com peso médio de 2kg.

Para manter os reprodutores nos viveiros é necessário que haja boa qualidade de água e alimentação adequada. Nessa fase, a taxa de alimentação deve ser mais baixa que na fase de engorda. A utilização de forrageiros também é muito importante para garantir que as exigências nutricionais sejam supridas.

Óvulos e larvicultura

Cada fêmea produz em torno de 10% de seu peso em óvulos, e cada grama possui em média 2.200 óvulos, que depois de fertilizados e hidratados, devem ser estocados em incubadoras.

As larvas que eclodem possuem tamanho aproximado de 3mm e começam a se alimentar quase 2 dias depois, e o saco vitelino é totalmente absorvido em 3 dias, quando as larvas passam a ter sistema digestório funcional, bexiga natatória inflada e nadam horizontalmente. A partir do oitavo dia de alimentação, as larvas já apreendem alimentos do tamanho de zooplâncton. 

Alevinagem

Na fase de alevinagem, o surubim ainda não come o alimento inerte, sendo necessária uma transição gradual por meio do fornecimento de ração úmida pastosa com adição de ingredientes atrativos, como sardinha, coração de boi, plâncton congelado e gônodas de peixe moídas. A frequência alimentar nessa fase pode variar de seis a dez vezes por dia. Além disso, alevinos necessitam de ambiente com maior iluminação.

Manejo Sanitário

Um dos pontos críticos para a produção de alevinos de surubins é o manejo sanitário, pois qualquer descuido no monitoramento das condições ambientais pode resultar na perda de todo o lote, principalmente no que diz respeito à higiene. O manejo sanitário está diretamente relacionado ao manejo alimentar, de maneira que é muito importante ter atenção nos procedimentos para evitar riscos de contaminações e de doenças. Também deve ser realizado o monitoramento constante da água.

A produção de alevinos de surubim exige investimento tecnológico e de capital, bem como conhecimento do produtor rural. Para atingir bons resultados, é importante seguir criteriosamente os protocolos e monitorar cuidadosamente cada etapa da produção.

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Fonte: Documentos Embrapa – https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/783899/1/DOC100.pdf
por Renato Rodrigues