Todo piscicultor sabe: a alimentação é um dos fatores mais importantes na piscicultura, pois influencia diretamente o crescimento e a saúde dos peixes, bem como na produção e os lucros. Então, fica fácil perceber que é importante oferecer aos peixes somente rações de qualidade.
Giovanni Resende, professor do Curso a Distância CPT Nutrição e Alimentação de Peixes, ressalta a importância da conservação para garantir a qualidade da ração por mais tempo e da observação de seus aspectos, para garantir que os peixes estejam recebendo alimento com qualidade.
As rações devem possuir fórmulas balanceadas e que cumpram com as exigências nutricionais dos peixes para suas diferentes fases de desenvolvimento em diferentes sistemas de criação. Geralmente, o processo de seleção de rações considera o custo, a disponibilidade e a qualidade dos ingredientes. As rações precisam ter viabilidade econômica, possibilitando a segurança alimentar dos peixes.
O piscicultor deve realizar de maneira rotineira a avaliação da qualidade física das rações sempre que comprar um lote novo. Confira algumas características que devem ser avaliadas em todos os lotes de ração:
Análise de cor e odor
A coloração da ração é definida pela combinação de diferentes ingredientes utilizados na fase de formulação. Alterações nos padrões de cor são comumente observados, sendo algumas colorações associadas a determinados ingredientes que compõem as rações.
A cor, juntamente ao odor, também oferece indícios de problemas, como a presença de fungos quando os péletes se encontram verdes e com cheiro de mofo, por exemplo. Se o produtor identificar esse problema, a ração deve ser descartada pois os fungos são prejudiciais à saúde dos peixes. Rações esbranquiçadas podem estar velhas, e odores desagradáveis podem indicar oxidação ou fermentação, o que também é razão para o descarte das rações.
Análise de dureza (finos)
É importante que o produtor também avalie a consistência e a resistência dos péletes de ração, os quais devem resistir ao ensaque, ao armazenamento e ao transporte até as propriedades.
Algumas vezes é possível observar a existência de pó aderido aos péletes ou no fundo dos sacos. Esse pó pode ser chamado de “finos” e sua ocorrência não é desejável, pois indica que houve problemas em algum dos processos que envolve a ração desde o ensaque até sua chegada aos piscicultores. O produtor pode quantificar os finos a partir do peneiramento.
Análise de granulometria e uniformidade
Granulometria se trata do tamanho (diâmetro x comprimento) dos péletes de ração e sua medição se dá em milímetros. Ao comprar as rações, esse deve ser um dos pontos de atenção do produtor. O tamanho dos péletes precisa ser compatível com a abertura da boca dos peixes, caso contrário há risco de prejudicar o consumo alimentar.
Os péletes precisam ter tamanhos uniformes e padronizados, que o produtor pode avaliar a partir da medição de uma amostra contendo geralmente 100 péletes. Para tal, ele deve medir individualmente cada pélete com o auxílio de um paquímetro ou outro instrumento com mesma função e anotar as dimensões para confrontar com o rótulo.
Análise de hidroestabilidade e flutuabilidade
Os péletes precisam flutuar na água, para que os piscicultores visualizem o consumo alimentar dos peixes, e eles precisam ser fisicamente estáveis para que os nutrientes não sejam perdidos até o momento em que são ingeridos pelos peixes.
Para avaliar essas características, o produtor deve amostrar 100 péletes por saco de ração, colocá-los num balde com água e aguardar entre 20 e 30 minutos, para em seguida registrar se eles afundaram ou continuaram boiando.
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Fonte: Circular Técnica 3 Embrapa – Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/158772/1/CNPASA-2016-ct3.pdf >.
por Renato Rodrigues