Preparação do viveiro de engorda e manejo da produção de camarões marinhos

O cenário brasileiro é favorável à criação de camarões marinhos, mas os produtores necessitam de muito conhecimento e técnica para obter sucesso

Camarões - imagem ilustrativa

Antonio Ostrensky, um dos professores do Curso CPT Cultivo de Camarões Marinhos, destaca que a produção de camarões marinhos em ambiente de cultivo vem crescendo muito nos últimos anos. Isto ocorre visando atender à crescente demanda de mercado mundial por este produto. 

Entretanto, ainda que o cenário seja favorável para a carcinicultura, investir na criação de camarões marinhos requer muito conhecimento e técnica. Cada processo relativo à produção deve ser executado com atenção, pois somente dessa forma será possível obter considerável margem de lucro com a atividade.

Nesse sentido, apresentamos algumas etapas que são cruciais para garantir bom desempenho dos camarões marinhos e, consequentemente, bons resultados: a preparação do viveiro de engorda e o manejo da produção. Acompanhe:

A preparação do viveiro

Grande parte dos problemas relacionados à qualidade da água, que afetam a criação de camarões marinhos, pode ser evitada com a adoção de algumas práticas durante a preparação dos viveiros. Em relação aos viveiros escavados, o solo deve ser analisado antes.

Em primeiro lugar, cabe ao carcinicultor reunir os materiais que serão utilizados para, então, começar pela secagem do viveiro, etapa que tem como uma das finalidades eliminar possíveis organismos aquáticos indesejáveis. Depois, o local deve passar por uma desinfecção. Nas áreas em que houver formação de poças de água, a aplicação de hipoclorito de sódio é recomendada.

A etapa seguinte é a calagem do solo do viveiro, que é dispensada nos locais em que a desinfecção foi feita com cal queimada. O principal objetivo desse passo é melhorar a produtividade dos organismos presentes no solo e aumentar a produtividade e crescimento dos camarões.

Já na parte final de preparação dos viveiros, ele deve ser enchido novamente até que complete o nível de 10cm de água. Seguindo, as bandejas de arraçoamento devem ser instaladas e o viveiro, fertilizado. Terminando, preencha o viveiro com água até 30 a 40 cm abaixo do seu nível total e deixe-o assim por aproximadamente duas semanas para favorecer o crescimento de algas, enchendo-o completamente após esse período.

A engorda

O início da engorda se dá com a escolha das pós-larvas, certificando-se de que esses animais sejam de procedência. O transporte delas até os viveiros onde serão criadas pode ser feito em tanques com capacidade que varia de 500l a 1000l, com aeração constante e respeitando a densidade de estocagem ideal, que é de 500 a 1000 pós-larvas por litro.

Ao chegarem aos tanques de produção e engorda, as pós-larvas devem passar por um processo de aclimatação, para que consigam se adaptar ao novo local onde viverão, sem que sintam de forma brusca a diferença de temperatura e de salinidade da água, por exemplo. Antes do povoamento, porém, é necessário realizar um controle da densidade de estocagem. E os berçários, utilizados para adaptá-las ao ambiente e facilitar a captura do alimento, deve ser feito no próprio viveiro.

Manejo da produção

Alguns aspectos são cruciais para potencializar toda a criação. Dentre eles, está a taxa de conversão alimentar, um valor que pode ser obtido a partir da divisão do valor do peso total de ração utilizada pela biomassa dos camarões. Também entra, nesse contexto, a importância de se conhecer os tipos de ração utilizados na alimentação de camarões, uma vez que essa etapa representa a maior parte dos custos de toda a produção.

Para avaliar as características físicas do camarão, a realização de uma biometria é imprescindível, a partir da coleta de amostras de camarão em diferentes locais do viveiro. Quando feitas de forma regular, o criador consegue controlar melhor o seu viveiro, ajustar a quantidade de ração e acompanhar a saúde dos animais.

Por fim, mas não menos importante, a água também deve ser monitorada, considerando suas variáveis físicas – a temperatura, o pH, a salinidade, a turbidez e o sólidos em suspensão – e as químicas – oxigênio dissolvido, alcalinidade, dureza, amônia, entre outras.

 


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Fonte: RURAL, Serviço Nacional de Aprendizagem. Camarão marinho: preparação do viveiro, povoamento, manejo e despesca / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR). — 1. ed. Brasília: SENAR, 2017.
por Renato Rodrigues

Renato Rodrigues 17-05-2021

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