O impacto do calor e das altas temperaturas nas criações de peixes

A mudança na temperatura provoca alteração no comportamento dos peixes, o que pode significar queda na produção

Piscicultura - Imagem ilustrativa

Com a chegada do verão e consequente alta nas temperaturas, nós não somos os únicos a sentir desconforto com esse clima extremamente quente. As criações de animais, inclusive a de peixes, exigem adaptações para que eles não sofram o impacto do calor e se mantenham produtivos durante toda a estação.

Giovanni Resende de Oliveira, professor do Curso CPT Criação de Peixes – Como Implantar uma Piscicultura, destaca que o manejo dos peixes nesse período considerado crítico é decisivo para o sucesso da criação e para o desenvolvimento deles, exigindo total atenção do piscicultor.

A temperatura é um fator crucial na criação de peixes e, por conta disso, deve ser constantemente monitorada. Mudanças significativas ou bruscas no ambiente onde os peixes são criados podem provocar queda na produção e até o surgimento de doenças, pois os peixes ficam mais estressados e suscetíveis a doenças.

Monitoramento da qualidade da água

Por que é importante monitorar a qualidade da água? A resposta é simples: os peixes são pecilotérmicos, isto é, não conseguem regular a sua própria temperatura corporal, que varia de acordo com o meio. Logo, para se adequarem a períodos de calor excessivo (ou até de frio), mudam seus hábitos alimentares, reprodutivos e de mobilidade, desencadeando um desequilíbrio ambiental, modificando as características da água.

Em outras palavras, cabe ao piscicultor manter a água sempre nos padrões de qualidade que a espécie criada exige, mantendo alta a produtividade, a reprodução e até animais maiores. Há alguns aspectos que devem ser monitorados:

- Químicos

. pH: deve estar entre 7,0 e 8,3. Índices inferiores a 4,0 ou superiores a 11, causam a morte dos peixes;
. Alcalinidade: o ideal é que os valores girem em torno de 20 a 300 mg/L;
. Dureza: as quantidades de calcário e de magnésio na água devem apresentar valores entre 55 e 200 mg/L;
. Oxigênio dissolvido: o índice ideal é entre 4 e 6 mg/L. Contudo, algumas espécies conseguem resistir com o índice a partir de 2mg/L;
. Amônia: sua toxicidade varia de acordo com o pH da água. Por exemplo, quando a água apresenta pH 6,5, apenas 19% dela é tóxica.

- Físicos

. Cor: de azul-esverdeada para verde, indica que há abundância de fitoplânctons, ideal para a piscicultura;
. Turbidez: quanto mais a água é turva, menor é a penetração dos raios solares e a fotossíntese dos fitoplânctons;
. Transparência: diferentemente da turbidez, a transparência pode ser decorrente dos fitoplânctons, o que é excelente. O ideal é que ela seja de 30 cm a 45 cm;
. Temperatura: vale ressaltar que águas muito quentes ou muito geladas prejudicam a atividade dos peixes. Cada espécie possui uma temperatura ideal para ser criada.

Como amenizar as variações de temperatura?

Por conta das características climáticas do Brasil, uma das principais medidas a serem tomadas para amenizar o calor e o impacto das altas temperaturas é o controle da alimentação, evitando que sobre alimento e que isso interfira na qualidade do tanque onde os animais são criados. Uma correta alimentação também garante peixes mais resistentes. A adoção de um sistema de circulação de água também ajuda a resolver o problema, trocando a água mais quente por uma mais fresca.

 


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Fonte: Blog Sansuy – blog.sansuy.com.br
por Renato Rodrigues

Renato Rodrigues 16-12-2020

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