Os dados não mentem: no Brasil, enquanto a piscicultura é responsável, sozinha, por uma receita de aproximadamente R$8 bilhões por ano, a suinocultura ocupa o 4º lugar do ranking mundial de exportação. Logo, se separadas elas já são eficientes, imagine o impacto que são capazes de produzir quando estão juntas?
Giovanni Resende de Oliveira, professor do Curso CPT Criação de Peixes – Como Implantar uma Piscicultura, destaca que a união dessas duas atividades já possui um nome: suino-piscicultura. Mais do que ter um nome, essa integração já é uma realidade e vem sendo executada em diversas propriedades espalhadas por todo o país.
A crescente busca pela otimização das criações fez nascer a suíno-piscicultura, que é responsável por transformar os dejetos fecais dos suínos em fertilizantes que são empregados na alimentação dos peixes. Ainda que isso pareça inusitado demais, a atividade é totalmente sanitária e sustentável, além de ser vantajosa para produtores, consumidores e meio ambiente.
A integração entre a suinocultura e a piscicultura
Como mencionado, o fato de utilizar os dejetos dos suínos na criação de peixes pode parecer uma prática estranha para muitos produtores, mas vale destacar que essa opção é segura e não ultrapassa o que as leis da aquicultura determinam. Dentre os principais pontos da suino-piscicultura, estão:
- Fertilização da água
Em primeiro lugar, é importante esclarecer que os peixes não se alimentam diretamente dos dejetos dos suínos: os dejetos servem como fertilizantes para a água e fornecem matéria orgânica para que microrganismos que compõem o fito e o zooplâncton se alimentem. E são esses microrganismos que constituem parte da alimentação dos peixes.
- Qualidade da água
A água é um elemento vital na criação de peixes e, por conta disso, necessita de checagens regulares com a finalidade de verificar a sua qualidade. A quantidade de água colocada em cada tanque também é determinante, uma vez que tanques com alta densidade de peixes podem favorecer o estresse e prejudicar o bem-estar dos indivíduos, desencadeando problemas em relação à produtividade.
- Aeração da água
Quando um viveiro se encontra em níveis adequados de oxigenação, há um aumento nas taxas de conversão alimentar, crescimento, reprodução e na produtividade, proporcionando melhores resultados aos criadores. Posto isso, o produtor tem a função de verificar a quantidade de oxigênio dissolvido na água.
- Espécies
Com o propósito de se aproveitar ao máximo da suino-piscicultura, recomenda-se que o criador invista na diversificação das espécies de peixes criadas, uma vez que cada uma apresenta características singulares, aproveitando-se dos microrganismos presentes na água d forma diferenciada. Além da tilápia, que é a espécie mais utilizada, carpas, pacus e tambaquis também são uma opção.
Benefícios da suino-piscicultura
São três os principais benefícios dessa atividade integradora, que merecem destaque:
- Em primeiro lugar, a redução de custos: nas criações de peixes, mais da metade de todos os custos são relativos à alimentação. Nesse contexto, ao serem induzidos a uma alimentação mais natural, beneficiada com os dejetos suínos, o produtor gasta menos com rações industrializadas e a criação fica mais barata.
- Depois, há o beneficio ambiental: dado que os dejetos dos suínos é um resíduo orgânico poluente que, muitas vezes, são despejados na natureza, o meio ambiente se beneficia com o emprego deles na produção de peixes, que passam a ter uma carne mais rica em nutrientes de origem orgânica.
- Por fim, a rentabilidade: quando consorciadas, as duas atividades reduzem custos e são responsáveis por produtos com maior qualidade, o que significa, também, melhores lucros para os produtores.
Conheça os Cursos CPT da Área Criação de Peixes:
Criação de Peixes – Como Implantar uma Piscicultura
Produção de Peixes e Hortaliças no Sistema de Aquaponia
Cultivo de Peixes em Sistemas de Recirculação de Água – RAS
Fonte: Blog Sansuy – blog.sansuy.com.br