Atualização nas técnicas de criação de Tambaqui

O tambaqui é a espécie nativa mais cultivada em nosso país

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Manuel Vazquez Júnior, professor do Curso CPT Criação de Pacu e Tambaqui, destaca que a piscicultura brasileira está usando cada vez mais peixes nativos. Dentre estes, o tambaqui tem sido bastante cultivado, pois é um peixe tradicionalmente consumido pela população brasileira nos seu local de origem.

O tambaqui é uma espécie altamente apreciada por sua carne firme, de excelente sabor e por sua grande habilidade de ganho de peso, rusticidade e adaptabilidade a viveiros. Na criação dessa espécie, o produtor pode atuar em duas fontes de trabalho: na produção de alevinos, na engorda ou em ambas a fases.

Essa espécie, depois da Tilápia, é a mais produzida no Brasil, concentrando sua produção na região Norte e atingindo mais de 90 mil toneladas. Uma cartilha publicada há pouco menos de um ano pela Embrapa traz informações atualizadas para quem deseja obter conhecimento necessário para a criação desse peixe.

De acordo com a cartilha, o peixe possui a rusticidade como característica importante, pois ela favorece a sua criação em diferentes tipos de sistemas semi-intensivos, quer seja barragens, viveiros ou tanques, ou em sistemas intensivos, em viveiros e tanques com aeração mecânica ou tanques-rede, por exemplo. Porém, o manejo alimentar continua sendo o mais decisivo para o sucesso na criação do Tambaqui.

Recomendações

No geral, a cartilha recomenda aos piscicultores que:

- Os alevinos adquiridos sejam de qualidade e provenientes de fornecedores idôneos, além de estarem bem nutridos;
- A ração utilizada seja adequada às exigências da espécie, que é onívora e, por consequência é menos exigente que os carnívoros. Também é preciso estar atento às rações específicas para cada fase da criação;
- As boas práticas de manejo devem ser adotadas com o intuito de garantir o bem-estar dos animais, além de reduzir os riscos ambientais e econômicos;
- A capacidade máxima de sustentação da criação deve ser respeitada.

O manejo alimentar

Para garantir a correta alimentação dos peixes, o criador precisa saber a quantidade que deverá ser oferecida durante o ciclo de criação. Isso porque ela representa a maior parte dos custos para criar esse peixe e o seu desperdício, além de produzir prejuízos econômicos, também prejudica a qualidade da água.

De forma manual, a alimentação deve ser oferecida e cabe ao criador observar como o animal se comporta no consumo. Toda a ração deve ser consumida em aproximadamente 15 minutos. Ao observar sobras, deve-se retirá-las e diminuir a quantidade na próxima alimentação.

Também é necessário estar atento à temperatura da água para alimentar os peixes. Isso porque os tambaquis são muito sensíveis a variações de temperatura, isto é, se alimentam menos quando a água está mais fria. Dessa forma, ao observar queda nas temperaturas, o piscicultor deve ter o cuidado de diminuir também a quantidade de ração oferecida.

Os sacos de ração devem ser conservados em locais secos e arejados, para quem não peguem umidade e, também, para que não mofem. É fundamental estar atento à validade das rações, para garantir que o alimento oferecido seja sempre de qualidade.

Conheça os Cursos CPT da Área Criação de Peixes:

Criação de Pacu e Tambaqui
Criação de Peixes – Como Implantar uma Piscicultura
Nutrição e Alimentação de Peixes

Fonte: CORREA, Roselany de Oliveira. Criação de tambaquis / Roselany de Oliveira Côrrea, Alexandra Regina Bentes de Sousa, Heitor Martins Junior. – Brasília, DF: Embrapa, 2018. PDF (20 p.). Disponível em: http://www.embrapa.br/amazonia-oriental/publicacoes. Acesso em 20 de outubro de 2019.
por Renato Rodrigues