Qualidade da água na piscicultura

É necessário avaliar os aspectos físicos e químicos para verificar a qualidade da água usada na piscicultura

Água para a piscicultura

Giovanni Resende de Oliveira, professor do Curso CPT Criação de Peixes – Como Implantar uma Piscicultura, explica que há vários fatores necessários para definir o sucesso da criação de peixes, mas a água é o principal e precisa ser de qualidade, pois é nela que acontece toda a criação.

Em qualquer tipo de criação na aquicultura, a água utilizada precisa apresentar algumas características para garantir o desenvolvimento dos peixes e de outros organismos aquáticos, bem como para que a criação seja viável do ponto de vista financeiro. Para isso, deve-se observar alguns aspectos, que podem ser físicos ou químicos:

Aspectos físicos

- Temperatura

A temperatura da água interfere diretamente nas atividades fisiológicas dos peixes, como a respiração, a digestão e a excreção. Por conta disso, o criador precisa monitorar frequentemente a temperatura do viveiro onde os peixes são criados. Em temperaturas mais elevadas, os peixes apresentam maior atividade e acabam por consumir mais oxigênio. Na contramão, com temperaturas mais baixas, os peixes se movimentam menos, o que pode prejudicar sua alimentação e desenvolvimento.

- Cor

Água “inocolor”? Com a falta de coloração, é possível perceber que a água apresenta baixa produtividade, ao passo que as águas verdes ou azuladas indicam que há, nelas, elementos básicos para a manutenção da vida aquática. Consequentemente, isso as torna mais produtivas e mais recomendadas para a criação de peixes.

- Turbidez

Águas com índices elevados de turbidez são inúteis na aquicultura. Quanto mais turva, há menor incidência de raios solares e, por consequência, o fitoplâncton – microvegetal que vive na água e deixa-a verde – não se desenvolve.

- Visibilidade ou transparência

Entenda a diferença entre turbidez e transparência: enquanto a turbidez se relaciona com maior ou menor penetração de raios solares, a transparência diz respeito à profundidade, relacionada com a quantidade de luz que chega ao fundo do viveiro, lago ou açude, por exemplo. A transparência, ainda, diminui em função da profundidade e da turbidez.

Aspectos químicos

- pH

Relacionado ao aspecto ácido, neutro ou alcalino da água, de acordo com a interação entre as substâncias que se encontram dissolvidas nela. A água, para não prejudicar a produtividade dos organismos aquáticos, não pode ser nem muito ácida nem muito alcalina.

- Alcalinidade

Aponta a presença de sais minerais dissolvidos na água.

- Dureza

Diz respeito à presença de sais de Cálcio e Magnésio na água. A medição da dureza é necessária para analisar a formação das células das algas que compõem o fitoplâncton.

- Oxigênio dissolvido

Os peixes também precisam de oxigênio para respirar. Esse elemento, porém, deve estar dissolvido na água. Quando a quantidade está baixa, os peixes não conseguem compensar a falta dele e acabam ficando mais debilitados.

- Amônia

O nitrogênio amoniacal é resultado da decomposição na água da matéria orgânica, ração, excrementos, entre outros. É tóxico e, por conta disso, precisa ser medido regularmente para evitar que prejudique os peixes.

 


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Fonte: ALFAKIT. MANUAL DE QUALIDADE DA ÁGUA PARA AQUICULTURA. s/. Disponível em: <https://www.embrapa.br/documents/1354377/1743436/Manual+Qualidade+%C3%81gua+Aquicultura.pdf/674c0a9a-2844-43e2-9462-04fddd387529?version=1.0>. Acesso em: 21 nov. 2019.
por Renato Rodrigues

Renato Rodrigues 23-11-2019

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