Medidas que ajudam a garantir a boa saúde dos peixes

Banhos profiláticos, desinfecção dos equipamentos e manutenção da biossegurança são essenciais em um bom manejo sanitário

Peixe - imagem ilustrativa

Já está mais do que óbvio dizer que a piscicultura é uma atividade extremamente importante para o nosso país. Com o passar dos anos, ela cresceu, solidificou-se e hoje é responsável por movimentar boa parte da nossa economia, fazendo com que cada vez mais produtores tenham interesse em investir na criação de peixes.

Entretanto, é necessário ressaltar que todos os processos que envolvem a criação desses organismos aquáticos precisam estar em harmonia para que o resultado da atividade seja o sucesso. E, para isso, não basta apenas cuidar da alimentação e esperar que os peixes engordem rapidamente para atingirem o peso de venda.

O professor do Curso CPT Criação de Peixes – Como Implantar uma Piscicultura, Giovanni Resende de Oliveira, explica que na rotina do piscicultura, o manejo sanitário assume papel fundamental para os resultados dessa atividade e vai muito além da identificação e tratamento das doenças que surgem na criação, por exemplo. Ele também se realiza a partir da prevenção e da execução de diversos cuidados com os animais.

Nesse sentido, diversas medidas podem ser empregadas em várias etapas da criação para garantir que os peixes apresentem boa saúde e, consequentemente, gerem mais lucros. Conheça algumas delas a seguir:

Banhos profiláticos

Um banho profilático nada mais é do que um procedimento que visa prevenir ou atenuar doenças, suas complicações e consequências. Durante o manejo diário dos peixes, nas etapas em que há manipulação – como a despesca, a transferência de viveiros ou a classificação –, o banho profilático atua na diminuição do risco de infecções em lesões que possam ser geradas na execução delas.

Na piscicultura, geralmente ele é feito com sal branco. Em uma caixa d’água, deve-se colocar a mesma água dos viveiros onde os peixes são criados e adicionar o sal, na quantidade adequada. Depois, essa água deve ser oxigenada com o auxílio de um soprador radial ou aerador portátil e, por fim, os peixes devem ser introduzidos nela, permanecendo nesse recipiente por aproximadamente 30 minutos.

Desinfecção dos equipamentos

Na rotina do piscicultor, vários equipamentos são utilizados e, em algumas propriedades, compartilhados entre um viveiro e o outro. O recomendado é que cada viveiro possua seus próprios equipamentos, mas, caso isso não seja possível, eles devem passar por uma desinfecção antes de entrar em contato com o próximo viveiro.

A desinfecção é um processo simples e evita que doenças de um viveiro sejam levadas até o outro. Primeiro, os equipamentos devem ser lavados com detergente e enxaguados em água corrente. Posteriormente, têm que ser deixados de molho em uma solução de água sanitária e enxaguados com água corrente também, tomando o cuidado para que não fiquem resíduos dela nos equipamentos.

Manutenção da biossegurança

Biossegurança diz respeito à garantia de que nenhum agente causador de doenças seja introduzido nos viveiros, prejudicando os peixes. Para atingir esse objetivo, algumas ações são necessárias, como:

- O controle de pessoas que transitam no local onde se desenvolve a atividade;
- O cercamento da área, que, além de também evitar a entrada de pessoas, evita a entrada de animais domésticos ou silvestres que possam atacar os peixes ou transmitir doenças;
- A utilização de pedilúvios, recipientes que são instalados geralmente na entrada dos locais de manejo contendo uma solução desinfetante para que os pés (ou calçados) sejam desinfetados antes de adentrarem o ambiente;
- A utilização de telas antipássaros sobre os viveiros, pois, além de serem predadores, essa aves também carregam consigo parasitas e outros microrganismos que provocam doenças nos peixes.

 


Conheça os Cursos CPT da Área Criação de Peixes:

Criação de Peixes – Como Implantar uma Piscicultura
Nutrição e Alimentação de Peixes
Produção de Alevinos

Fonte: RURAL, Serviço Nacional de Aprendizagem. Piscicultura: manejo sanitário. / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. – Brasília: SENAR, 2017. 107 p.; il. – (Coleção SENAR)
por Renato Rodrigues

Renato Rodrigues 16-04-2021

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