Saúde dos peixes: como detectar a presença de doenças

Alguns sinais clínicos comportamentais ou físicos podem ser um indicativo de que os peixes estão doentes

Peixes - imagem ilustrativa

Garantir a criação de peixes saudáveis durante todo o ciclo de produção é um dos principais desafios enfrentados pelos piscicultores atualmente, mesmo com os grandes avanços dos últimos anos em relação à saúde desses animais. Várias enfermidades podem atacar a criação e provocar grandes prejuízos, seja com a mortalidade dos peixes, seja com o manejo para tratamento delas.

O professor do Curso CPT Criação de Peixes – Como Implantar uma Piscicultura, Giovanni Resende de Oliveira, ressalta que quem trabalha com a piscicultura sabe que o manejo sanitário é um dos mais importantes no cultivo de peixes, dado que ele visa melhorar os índices de desempenho e reduzir a taxa de mortalidade nas propriedades produtoras.

Em relação aos peixes, as doenças se dividem em dois tipos: as infecciosas e as não infecciosas. Enquanto as infecciosas são aquelas causadas por bactérias, vírus, metazoários, nematoides, crustáceos, cestódeos, protozoários e fungos; as não infecciosas são decorrentes de causas ambientais, nutricionais ou de manejo que não estejam de acordo com o adequado para os peixes criados.

Mudanças na qualidade e na temperatura da água, variações de pH ou contaminação dela por metais pesados ou agrotóxicos são exemplos de causas ambientais, assim como o fornecimento de ração de má qualidade ou em quantidades adequadas são exemplos de causas nutricionais.

Dentre as doenças infecciosas, é possível destacar:

- Doença dos pontos brancos, causada por protozoários;
- Tênia do peixe, causada por cestódeos;
- Doença da coluna, causada por bactérias;
- Saprolegniose, causada por fungos.

Como identificar que os peixes estão doentes?

A observação dos locais de criação ajuda a identificar a presença de doenças, a partir de sinais clínicos que os peixes demonstram:

- Em relação ao comportamento

Podem apresentar-se nadando na superfície, comportamento característico de doenças e infestações parasitárias. Ainda, o ato de boquejarem na superfície pode indicar que o nível de oxigênio da água esteja abaixo do ideal ou que suas brânquias estão infestadas por parasitas.

Também é comum que, quando infestado por parasitas, o peixe apresente nado desequilibrado, como se estivessem mais virados para um lado. A natação anormal – por exemplo, espiralada, rodopiada ou em círculos –, além de parasitária, é um sinal de infecção bacteriana.

Quando se nota que o peixe está isolado do cardume, parado no fundo ou na superfície do viveiro, também é hora de “acender a luz de alerta” e investigar a presença de alguma doença. O ato de se esfregar no fundo do viveiro também é incomum e merece atenção, bem como a falta de apetite.

- Em relação ao corpo dos peixes

Mudanças físicas também são um indicativo de doença e podem ser percebidas na realização da biometria dos peixes, por exemplo. É comum que peixes doentes apresentem escurecimento na cor da pele ou hemorragias pelo corpo, que são algumas regiões mais avermelhadas.

Não há partes específica do corpo para que lesões como úlceras ou necroses demonstrem que doenças bacterianas, virais, parasitárias ou fúngicas podem ter atacado a criação. Sempre que notar algum problema, o piscicultor deve investigar o que está causando esse problema.

Manchas despigmentadas pelo corpo dos peixes, animais que produzam muco em excesso ou até com abdômen inchado ou com olhos saltados devem ser examinados. Deformidades nas brânquias, pontos no corpo e lesões nas nadadeiras também são considerados sinais críticos.

Lidando com as doenças

A melhor forma de lidar com as diversas doenças é, quando detectadas, buscar a ajuda de um profissional para que indique o melhor tratamento. O diagnóstico precoce é fundamental em várias delas, pois podem acabar levando toda a criação a óbito em pouco tempo.

 


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Fonte: RURAL, Serviço Nacional de Aprendizagem. Piscicultura: manejo sanitário. / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. – Brasília: SENAR, 2017. 107 p.; il. – (Coleção SENAR)
por Renato Rodrigues

Renato Rodrigues 22-04-2021

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