Hidrolatos para a alimentação de peixes

Estudos apontam potencial no uso de hidrolatos como aditivo alimentar e como antiparasitário para a criação de peixes

Peixes comendo - imagem ilustrativa

Giovanni Resende de Oliveira, professor do Curso CPT Nutrição e Alimentação de Peixes, destaca que a alimentação é o principal fator de custo na produção de peixes. Por isso, conhecer e entender muito bem o mecanismo de nutrição da espécie que você cria pode lhe proporcionar uma redução nos custos e melhores lucros.

O fornecimento de uma alimentação considerada natural é um aspecto considerado benéfico para a piscicultura. Isso se deve ao fato de que esse tipo de alimento é considerado menos tóxico e mais seguro do que os sintéticos e os alopáticos. Ainda, possuem a capacidade de serem usados de forma eficiente para controlar doenças e favorecer o crescimento dos peixes.

Contemporaneamente, estuda-se os benefícios de se usar óleos essenciais, dadas suas funções bioativas de promoção do crescimento, aprimoramento da atividade microbiana, antioxidação, imunoestimulação, dentre outras. Esse tipo de substância pode ser extraído das folhas, caule, raiz, ramos e até sementes de algumas flores.

Para retirá-lo dessas partes, é comum o emprego de um método denominado hidrodestilação, que, depois de todo o processo, forma uma mistura de óleo essencial e hidrolato. Esse último, por se tratar de um subproduto, geralmente é descartado. Contudo, pesquisas comprovam que ele pode ser eficaz na elaboração de medicamentos, por exemplo, e, inclusive, para a alimentação de peixes.

Na piscicultura, estuda-se o emprego de dois hidrolatos, com o intuito de verificar a atividade antiparasitária e a melhoria na imunidade dos peixes:

- Hortelã-comum (menta)

Os benefícios proporcionados pela hortelã são vários e essa planta possui alta capacidade medicinal. Possui propriedades anti-inflamatórias, anti-hepatotóxica, anti-helmíntica e imunoestimuladoras. Além disso, pode ser consumida como condimento, in natura ou como essência para a fabricação de bebidas e doces. Na composição do óleo essencial da hortelã-comum, há mentol, mentofurona, pineno, limoneno, cânfora, tanino, ácidos orgânicos, flavonoides e heterosídios.

- Açafrão-da-terra (cúrcuma)

Muito empregada como tempero na culinária, o açafrão-da-terra é uma planta dotada de folhas grandes e amareladas e de um rizoma rico em curcumina. Seu óleo essencial é constituído por turmerona, dehidroturmerona e cetonas aromáticas. Fitoterapicamente falando, também possui propriedades anti-inflamatórias, anti-hepatotóxica, anti-helmíntica e imunoestimuladoras.

A utilização dos hidrolatos da hortelã-comum e do açafrão-da-terra na alimentação de peixes

O emprego de produtos antiparasitários na alimentação animal é regulado pelo MAPA, que dispõe de algumas exigências para que eles possam ser comercializados, porque podem provocar reações adversas nos animais. No caso das criações de peixes e de organismos aquáticos, não há ainda uma legislação para definir qual a eficácia de um medicamento.

Antes de empregá-los, é necessário estudar a concentração da dose e definir o tempo, para que se verifique qual a eficácias antiparasitária dessas substâncias. A dose pode ser incorporada na ração e ainda se pesquisa sobre a utilização em conjunto com probióticos.

O uso desse tipo de substância na alimentação de peixes e organismos aquáticos ainda está em estudo e, ainda que os resultados obtidos já sejam satisfatórios, é necessário realizar ainda mais pesquisas para definir, por exemplo, as estratégias de uso.

 


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Fonte: Aquaculture Brasil – https://www.aquaculturebrasil.com/artigo/99/uso-de-hidrolatos-como-aditivo-alimentar-e-antiparasitario-na-piscicultura
por Renato Rodrigues

Renato Rodrigues 08-10-2020

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