Quais as melhores espécies para a aquicultura?

A aquicultura engloba a piscicultura, a ranicultura, a carcinicultura e até a algacultura, por exemplo

Aquicultura - imagem ilustrativa

A aquicultura é, no Brasil, uma atividade de destaque, haja vista que ela vem crescendo ao longo dos anos e que ela oferece várias oportunidades aos aquicultores. Basicamente, todos os organismos que vivem total ou parcialmente na água fazem parte da aquicultura, indo desde os peixes até anfíbios e algas.

Samuel Lopes, professor do Curso CPT Criação de Rãs – Novas Tecnologias, destaca que nos últimos anos, foram desenvolvidas novas tecnologias para a criação de organismos aquáticos, colocando a aquicultura em um momento extremamente favorável, impulsionado também pelo aparecimento de novos criadores e pelo reaquecimento do mercado.

Contudo, muitos aquicultores, atraídos pelos benefícios que os vários ramos da aquicultura podem proporcionar, embarcam nessa atividade sem o mínimo de conhecimento técnico, o que acarreta prejuízos consideráveis e até perda total do investimento. Dentre os vários aspectos a serem analisados, estão as espécies, que devem ser escolhidas de modo a favorecer a criação, observadas as condições de que o produtor dispõe para criá-las.

A escolha das espécies

Antes de bater o martelo sobre a espécie a ser cultivada no seu empreendimento agrícola, é necessário saber se ela possui boa aceitação no mercado consumidor, se o cultivo dela está permitido por lei no seu local de desenvolvimento da atividade, se ela é resistente, se apresenta bom rendimento quando criada em cativeiro e se ela consegue se adaptar ao sistema de cultivo que você pretende desenvolver, dentre outras condições. Em caso afirmativo, a criação pode ser iniciada.

A título de informação, a seguir, apresentamos algumas das principais espécies consideradas relevantes para a aquicultura, todas adaptadas ao consumo de ração, além dos hábitos alimentares relatados:

Espécies nativas de peixes

- Pacu: apresenta hábito alimentar onívoro e consome folhas, caules, frutos e sementes;
- Tambaqui: também é onívoro e sua dieta é à base de frutos e sementes;
- Jundiá: alimenta-se de peixes, de crustáceos e de insetos;
- Curimbatá: é detritívoro, isto é, come detritos e perifiton;
- Piauçu: onívoro e come plantas, crustáceos e moluscos;
- Matrinxã: folhas, caules, flores, frutos e sementes compõem a dieta desse peixe onívoro;
- Pintado: é piscívoro e se alimenta de outros peixes.

Espécies exóticas de peixes

- Tilápia: de hábito alimentar fitoplanctófaga, come fitoplâncton;
- Carpa comum: é onívora e se alimenta de organismos bentônicos;
- Carpa capim: é herbívora, ingerindo raízes, caules e plantas;
- Carpa prateada: hábito alimentar igual ao da tilápia;
- Bagre africano: é piscívoro e come outros peixes.

Espécies de camarão

- Camarão cinza (marinho): come detritos e pequenos organismos;
- Camarão gigante da Malásia (água doce): também se alimenta de detritos e de pequenos organismos.

Espécies de algas

- Gracilaria: filtra os nutrientes da água e necessita de grande movimentação dela;
- Hypnea: seguem o mesmo padrão da anterior;
- Kappaphycus: também filtra os nutrientes da água e tem a temperatura ideal entre 20°C a 30°C, com salinidades não inferiores a 30°C.

Espécies de rãs

- Rã pimenta: é carnívora e seus hábitos são noturnos;
- Rã touro: também carnívora, é mais rústica e indicada para a ranicultura;

Espécies de moluscos

- Mexilhão: filtra algas e nutrientes, com crescimento ótimo em águas com temperatura média de 25°C;
- Ostra japonesa: filtra o plâncton da água e é resistente a altas salinidades;
- Ostra de mangue: também possui a mesma função, é encontrada em regiões de mangue;
- Vieira: igualmente, possui a função filtradora e habita locais mais profundos, acima de 10m e com temperatura menor que 22°C.

 


Conheça os Cursos CPT da Área Criação de Peixes:

Criação de Rãs – Novas Tecnologias
Cultivo de Camarões Marinhos
Produção de Peixes Ornamentais

Fonte: RURAL, Serviço Nacional de Aprendizagem. Aquicultura: planejamento e legalização de projetos aquícolas/ Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR). — 2. ed. Brasília: SENAR, 2018. 84 p. il.
por Renato Rodrigues

Renato Rodrigues 06-07-2021

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