Prejuízo na aquicultura: a Lernea

Comumente categorizada como um verme, a lernea é um crustáceo que pode parasitar os peixes

Peixes - imagem meramente ilustrativa

Os cuidados na piscicultura devem ser redobrados, pois, além dos peixes, também é preciso estar atento à água utilizada na criação deles. O ambiente aquático pode se tornar propício ao surgimento de doenças e parasitas com uma simples diminuição de temperatura, causando mortalidade dos peixes e acarretando prejuízos financeiros aos criadores.

O professor do Curso CPT Criação de Peixes – Como Implantar uma Piscicultura, Giovanni Resende, ressalta que diversos microrganismos encontram na água o local ideal para se reproduzirem e podem atacar os peixes, comprometendo seu desenvolvimento e a produtividade da criação.

Um desses microrganismos é a Lernea, responsável por matar alevinos e peixes jovens, além de reduzir a taxa de crescimento deles. Peixes contaminados com a Lernea apresentam marcas específicas por todo o corpo, o que dificulta também a comercialização.

Informe-se! O que é a Lernea?

Muitos países costumam categorizar a lernea como um tipo de verme, mas, na verdade, ela não é um verme verdadeiro, mas sim um crustáceo da ordem Copepoda. Os seres dessa ordem podem ser benéficos, servindo de alimento para os peixes; como também podem ser prejudiciais, atuando como parasitas, como é o caso da lernea.

Têm como preferência a carpa para se hospedarem, mas conseguem parasitar também várias outras espécies de peixes, sejam nativos ou não. Só no nosso país, há registros de que, além da carpa, parasitaram tambaquis, pacus, tambacus, matrinxã e lambaris. Inclusive girinos de anfíbios também podem ser atacados por esse crustáceo.

Aspecto

Sua coloração varia de acordo com o tempo de vida: lerneas mais jovens são mais esbranquiçadas; ao passo que as mais velhas são mais escuras. Podem atingir até 22mm de comprimento e possuem uma cabeça pequena em comparação ao restante do corpo.

Ciclo de vida

Somente a fêmea adulta é parasita. Seus ovos liberam pequenas formas larvais planctônicas que se desenvolvem em uma outra forma denominada copepodito. Esses copepoditos se instalam nas brânquias e pelo corpo de algum peixe e lá ficam até se tornarem sexualmente maduros. Depois, abandonar o hospedeiro e se reproduzem. A fêmea, fertilizada, procura um hospedeiro e, fixada nele, se desenvolve para a forma adulta. A partir disso, passa a produzir dois sacos de ovos para recomeçar o ciclo. Todo esse processo pode durar entre 14 e 25 dias.

Surgimento das lerneas nos tanques

i. Por compra de alevinos, jovens ou reprodutores parasitados

Essa é a forma mais comum de contaminação do tanque pela lernea, por isso é essencial sempre adquirir peixes com certos cuidados.

ii. Pela fonte da água do cultivo estar contaminada

Caso você perceba a presença dela na sua criação, a contaminação pode ter sido através da fonte de água utilizada.

iii. Por canal de distribuição de água

Também pode ocorrer contaminação trazida por espécies “invasoras”, que podem ter sido trazidos pelo canal de distribuição de água.

 


Conheça os Cursos CPT da Área Criação de Peixes:

Criação de Peixes – Como Implantar uma Piscicultura
Produção de Alevinos
Nutrição e Alimentação de Peixes

Fonte: Panorama da Aquicultura – panoramadaaquicultura.com.br
por Renato Rodrigues

Renato Rodrigues 24-12-2019

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