O que é a decoada?

Apesar de comum e ecologicamente necessária, a decoada provoca a morte de uma grande quantidade de peixes

Peixe morto - imagem ilustrativa

Criar peixes é uma tarefa que vai muito além da seleção das espécies, da alimentação e do manejo nas diferentes fases de crescimento. Há vários aspectos que envolvem essa atividade, demandando dedicação e observação constante para garantir o sucesso e, consequentemente, a lucratividade com as espécies cultivadas.

Giovanni Resende de oliveira, professor do Curso CPT Criação de Peixes – Como Implantar uma Piscicultura, destaca que, na natureza, muitas espécies costumam apresentar comportamento diferente da criação em cativeiro. Contudo, alguns aspectos são comuns em ambos os casos e precisam de atenção dos criadores.

Ao cultivar peixes, é fundamental que se mantenha ao máximo o controle sobre as respostas da natureza à população presente nos ambientes aquáticos, não somente os peixes. A decoada é um fenômeno muito comum e que tem potencial para afetar de forma significativa as espécies e a produção.

O que é a decoada?

A decoada consiste em uma alteração da qualidade da água, comum em regiões como o pantanal, que pode produzir efeitos negativos significativos na criação. Quando a água sofre uma alteração nos seus parâmetros físicos e químicos, os impactos são sentidos por toda a cadeia, desde os plânctons até os peixes.

Por que a decoada acontece?

Em primeiro lugar, é necessário entender que a decoada é um fenômeno natural e que, apesar de muito mais comum no pantanal, pode ocorrer também em outras regiões. Todo ano, os rios passam por um período de seca, com consequente morte da vegetação aquática e substituição por uma vegetação terrestre, que cresce de forma rápida.

Após a seca, com a chegada das cheias, a água volta a ocupar a planície e encobre, também a vegetação, geralmente em lâminas rasas. Quando isso acontece, começa a ocorrer a decomposição da matéria orgânica submersa, oriunda de plantas que morreram durante a seca e das que foram submersas recentemente.

A água e o oxigênio

Continuando o processo, toda essa “carga” é levada para os lagos, córregos e rios e, devido ao fato de que essa decomposição é muito intensa, as bactérias que realização a oxidação da matéria orgânica acabam consumindo quase todo o oxigênio dissolvido da água, além de liberarem dióxido de carbono dissolvido.

Logo, os peixes começam a ficar “sem ar” e, na tentativa de recuperar o oxigênio, sobem à superfície, tornando-se presas. A decoada também provoca alteração dos nutrientes e modifica a cor da água, afetando de forma significativa a sua qualidade e tornando-a “imprópria” para a vida aquática.

Ainda que prejudicial às criações de peixes, especialistas avaliam o processo da decoada como ecologicamente necessário, pois proporciona, de forma direta, o equilíbrio do meio ambiente, apesar de provocar a morte em massa de diversos peixes e outros organismos aquáticos, o que costuma assustar.

Mais do que simplesmente morte dos peixes

Esse fenômeno pode ser responsável pelo desaparecimento de algumas espécies, como o micro-crustáceos suspensos na água. Ainda, esse período coincide com a desova, o que produz impacto também na reprodução. Há algumas espécies que, prejudicadas pela falta de oxigênio, costumam fugir em busca de águas limpas.

 


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Fontes: Engepesca – engepesca.com.br
Blog Sansuy – blog.sansuy.com.br
por Renato Rodrigues

Renato Rodrigues 26-10-2020

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