O perfil do consumidor de pescado

Estudo publicado pela EMBRAPA mapeia o perfil dos consumidores de pescado em nosso país

Mercado de pescado - imagem ilustrativa

Ana Dell Isola, uma das professoras do Curso CPT Processamento Artesanal de Pescado, destaca que a tendência atual da procura por alimentos saudáveis, de baixas calorias, e o aumento crescente do consumo de carne branca colocam o peixe em destaque como detentor da carne ideal.

Ao longo dos anos, a atividade piscicultora vem se tornando cada vez maior e mais profissional, visando atender a um público robusto e exigente em relação à qualidade. Assim como a produção de peixes se modificou nos últimos anos, o perfil dos consumidores desse tipo de produto também passou por alterações, que ditam as novas “regras” para as criações em todo o país.

Até pouco tempo, a carne de peixe era considerada um alimento de luxo, presente apenas na mesa dos mais favorecidos economicamente. Contudo, hoje, é perceptível uma grande popularização dessa carne “branca”, que só foi possível a partir de várias mudanças sociais e socioeconômicas vivenciadas nas últimas décadas.

A piscicultura brasileira

Ainda que a produção de espécies nativas, como o Tambaqui e o Tambacu, tenha ganhado fôlego no cenário brasileiro, a Tilápia ainda detém mais da metade de toda a produção da piscicultura, com mais de 311 mil toneladas, representando 60% do total. O Paraná continua sendo o principal tilapicultor do Brasil.

O perfil dos consumidores de peixes no Brasil

Um estudo realizado e divulgado recentemente pela Embrapa mostra de forma detalhada qual o perfil do consumidor de pescado, a preferência pelo local de compra, a frequência do consumo, a preferência pela origem, dentre outros pontos relevantes.

No cenário nacional, a pesquisa evidenciou um equilíbrio em relação ao gênero que mais consome pescado: 51% dos consumidores são mulheres, enquanto 49% são homens. Dentre as capitais contempladas pelo estudo – Manaus, Recife, Brasília, Curitiba e São Paulo – é em Recife que há a maior diferença, com 62% de mulheres que consomem pescado, contra 38% de homens. Em Manaus e Brasília, a situação se difere, com dados que apontam a maioria masculina.

Também foi verificada a faixa etária dos consumidores, destacando-se os que possuem de 31 a 60 anos. Em contrapartida, o consumo por pessoas que possuem idade igual ou inferior a 20 anos, é considerado pequeno em todas as capitais.

A renda e a escolaridade foram duas outras características analisadas e apresentam resultados surpreendentes: a maior parte está concentrada naqueles que possuem ensino médio completo, superior incompleto/completo e pós-graduação; ao passo que a maioria dos consumidores possui renda mensal que varia entre R$2005 e R$8640.

Ao serem questionados sobre o local onde preferem adquirir peixes, os participantes revelaram que mais da metade (61%) os adquirem em supermercados, superando as peixarias, que detém apenas 15% de preferência. Foram mencionados também mercados municipais, feiras a céu aberto, açougues e até a compra direto de pescadores. A pesquisa reforça que as entrevistas foram feitas em peixarias de supermercados populosos, o que tendência um pouco o resultado.

Em relação à análise da frequência de consumo, os resultados estão separados de acordo com o tipo de apresentação do produto – em filé, em tiras, em postas, inteiro e enlatado – e com o tipo de conservação – fresco, congelado, salgado e pronto.

Filés e peixes inteiros são consumidos pela maioria dos entrevistados ao menos uma vez por semana, enquanto os peixes em postas, em tiras e os enlatados nunca são consumidos por parcela expressiva dos participantes.

É válido mencionar também que os peixes frescos também seguem o padrão dos filés e dos peixes inteiros, sendo consumido ao menos uma vez por semana. Os outros tipos de conservação não despertam tanto interesse, pois há predomínio de entrevistados que nunca o consomem, alternados com consumidores ocasionais.

 


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Fonte: O mercado de peixes da piscicultura no Brasil: estudo do segmento de supermercados / autores, Manoel Xavier Pedroza Filho… [et al.]. Palmas, TO: Embrapa Pesca e Aquicultura, 2020.
por Renato Rodrigues

Renato Rodrigues 03-09-2020

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