Criação de rãs: principais doenças e intoxicações

As rãs são animais mais resistentes, mas deve-se manter boas condições sanitárias nos ranários

Rã - imagem ilustrativa

Samuel Lopes, professor do Curso CPT Criação de Rãs – Novas Tecnologias, ressalta que nos últimos anos a ranicultura conquistou seu espaço na aquicultura e tornou-se uma atividade muito procurada por criadores e valorizada pelo mercado. Contudo, para que a criação seja exitosa, é necessário que os criadores tenham o conhecimento necessário para o manejo desses anfíbios.

A saúde dos animais deve ser uma das prioridades dos ranicultores, uma vez que rãs doentes não podem ser comercializadas e podem morrer no ranário, o que significa prejuízo financeiro. Geralmente, as rãs são mais resistentes aos diversos tipos de doenças, mas isso não significa que os criadores devem deixar de se preocupar com a incidência delas.

Para evitar o surgimento de doenças no ranário, a primeira medida a ser tomada deve ser a preocupação com as condições sanitárias dele. As águas utilizadas no manejo diário devem ser limpas, isto é, devem estar livres de qualquer tipo de poluição, o que evita a contaminação do ambiente onde as rãs vivem.

A alimentação também desempenha um papel fundamental na garantia de uma boa saúde das rãs, uma vez que, quando mal alimentadas, há queda de resistência física. O número de rãs em um mesmo ranário deve ser monitorado, ou seja, é necessário evitar o superpovoamento do ranário ou aglomerações.

Caso o ranicultor observe que alguma rã está doente, recomenda-se diagnosticá-la e só depois sacrificá-la. Também é recomendado realizar uma necrópsia, com o intuito de verificar o estado que ela se encontrava e se há riscos de contaminação para o resto do ranário.

Conheça a seguir algumas das principais doenças que atacam as rãs e quais são os sintomas característicos:

Edema geral

De origem ainda não totalmente esclarecida, o edema geral parece ocorrer devido a infecção de ferimentos, causada por bactérias. A rã doente caracteriza-se por aspecto todo inchado e pela invasão de linfa entre a pele e os músculos, ocorrendo um edema subcutâneo. Também é comum o surgimento de pápulas e bolhas no focinho e entre os dedos dos pés e das mãos.

Em relação ao comportamento, o animal perde a noção de equilíbrio, começa a nadar em círculos e mostra-se desorientado quando está fora da água, saltando desordenadamente. A doença evolui até que ocorra paralisia dos membros. Há tratamento para o edema geral, mas é melhor sacrificar o animal na maioria das vezes.

Perna vermelha

Também causada por uma bactéria, a perna vermelha é uma doença que provoca tristeza, cabeça baixa e movimentos lentos na rã. Na pele, surgem pápulas, vesículas e petéquias ou pontos hemorrágicos, sobretudo nas pernas e na barriga. Edemas também surgem em algumas partes e, assim como no caso do edema geral, há tratamento. Contudo, cabe ao criador analisar a necessidade de realizá-lo ou sacrificar o animal.

Intoxicações

É comum que as rãs também se intoxiquem, o que pode ocorrer por vários motivos. O mais aconselhável é protegê-las desse tipo de problema, evitando colocá-las em águas poluídas, oferecer alimentos deteriorados ou proporcionar o contato delas com inseticidas, defensivos agrícolas, carrapaticidas ou outros produtos tóxicos de uso agropecuário. Isso porque eles podem ser absorvidos pela pele, o que contamina a carne das rãs e inviabiliza a comercialização para consumo.

Rãs também podem sofrer com parasitoses, mas esse tipo de problema não costuma apresentar grandes riscos para a ranicultura comercial.

 


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Fonte: Rural News – ruralnews.com.br
por Renato Rodrigues

Renato Rodrigues 28-09-2020

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