Conhecendo o empreendimento aquícola

Boa parte dos aquicultores ingressam nesse ramo sem muito conhecimento prévio, o que diminui as chances de sucesso

Peixes - imagem ilustrativa

A aquicultura engloba uma grande variedade de atividades que estão relacionadas à criação de organismos aquáticos, como é o caso da piscicultura. Entretanto, para iniciar um empreendimento aquícola, é necessário muito mais do que possuir um ambiente aquático e escolher uma espécie para ser criada: é fundamental ter um planejamento.

Giovanni Resende de Oliveira, professor do Curso CPT Criação de Peixes – Como Implantar uma Piscicultura, destaca que apesar do grande mercado para quase todos os produtos das criações aquícolas, muitos criadores não conseguem obter sucesso justamente por não conhecerem como, de fato, esse tipo de empreendimento funciona.

Há um número extenso de aspectos que precisam ser levados em conta para garantir a efetividade de um projeto aquícola. A seguir, apresentamos alguns deles:

Área e qualidade da água

Em primeiro lugar, tomando como base que a água é o principal elemento na aquicultura, o ideal é que ela seja de qualidade. A localização da propriedade é fundamental nesse ponto, pois ela pode estar próxima de fontes de água com ou sem qualidade. O tamanho e a topografia da área também influenciam no projeto aquícola e a política agrícola estadual deve ser observada para o tipo de empreendimento que se deseja iniciar.

A produção

Depois, será necessário definir o que se pretende produzir. Há várias espécies de peixes, crustáceos e de outros organismos aquáticos que apresentam bons resultados nas criações em cativeiro, mas além de exigirem algumas condições climáticas para expressarem sua produtividade máxima, é importante verificar se elas estão permitidas para serem criadas no local onde o seu projeto se estabelecerá.

Ainda, defina também qual o sistema de produção será adotado: o extensivo, o semi-intensivo ou o intensivo, que se diferem em relação às instalações e às práticas utilizadas. Cada um deles apresenta algumas vantagens e desvantagens, cabendo ao produtor avaliar qual apresenta melhor custo-benefício para o seu projeto.

Insumos

Diversos insumos são necessários para conduzir a sua criação, como fertilizantes para a água e ração para os animais: a depender da espécie criada, pode ser fundamental manter a fertilização da água durante todo o ciclo de produção; e, para alimentar os organismos aquáticos, a avaliação de tipo, do custo, da disponibilidade e da qualidade da ração é determinante para os lucros com a atividade.

Mão de obra

Diariamente, o empreendimento deverá contar com mão de obra capacitada para conduzir o manejo de toda a criação. Há várias etapas e processos que precisam ser realizados com exatidão e que não podem ser negligenciados. Por isso, além de dar preferência a pessoas que já possuam os conhecimentos básicos para tal, não deixe também de investir em treinamentos e na constante atualização desses profissionais.

Destino da produção

De nada adiantará conduzir o projeto aquícola com sucesso, se não houver um planejamento da destinação do produto. Um plano de negócios se faz vital para avaliar quais são os hábitos de consumo do mercado e/ou dos clientes, os preços praticados no mercado, a logística, a sazonalidade e os canais por onde o produto será distribuído. Além, os consumidores costumam ser exigentes em relação ao tamanho, aos cortes e a outras características dos produtos, o que também precisa entrar no seu plano de negócio.

Custos fixos e custos variáveis da produção

Entende-se por custos fixos aqueles que não mudam de acordo com a quantidade que é produzida, enquanto os variáveis oscilam muito em relação a esse aspecto. Salários, taxas e impostos, licenças, equipamentos e implementos são alguns dos exemplos de custos fixos, ao passo que ração, aquisição de animais, energia elétrica, adubos e fertilizantes são custos que variam de acordo com o tipo e a quantidade produzida.

 


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Criação de Peixes – Como Implantar uma Piscicultura
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Nutrição e Alimentação de Peixes

Fonte: RURAL, Serviço Nacional de Aprendizagem. Aquicultura: planejamento e legalização de projetos aquícolas/ Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR). — 2. ed. Brasília: SENAR, 2018. 84 p. il.
por Renato Rodrigues

Renato Rodrigues 29-07-2021

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