Como garantir o bem-estar animal na piscicultura?

Deve-se evitar que os peixes vivam estressados, com medo ou até agressivos durante toda a criação

Piscicultura - Imagem ilustrativa

Giovanni Resende de Oliveira, professor do Curso CPT Criação de Peixes – Como Implantar uma Piscicultura, destaca que boa parte dos produtores de peixes está em busca de aumentar a sua renda de forma significativa, produzindo cada vez mais peixes e reduzindo custos, deixando de lado o cuidado com o bem-estar desses animais.

Adotar boas práticas para a criação de organismos aquáticos, com o intuito de garantir o bem-estar deles, é uma estratégia eficiente para reduzir impactos ambientais negativos que a atividade possa produzir, o que pode fazer também com que a produtividade e a rentabilidade da atividade aumentem.

Desde o transporte até o final de toda a cadeia de produção, os peixes devem receber todos os cuidados necessários para que se garanta o bem-estar animal e para que a atividade não cometa um crime federal, de acordo com a Lei de Crimes Ambientais.

A seguir, apresentamos algumas das práticas recomendadas para que se mantenha o bem-estar dos peixes durante toda a sua criação:

Qualidade da água

Da mesma forma que não se pode viver em um local sujo, é necessário entender que a água é o local onde os peixes vivem e, por conta disso, deve ser sempre de qualidade para que os peixes vivam tranquilamente. E são vários os aspectos que devem ser levados em conta para garantir que, de fato, ela apresente boa qualidade.

Por exemplo, o nível de oxigênio deve estar adequado, pois peixes com falta de oxigênio ficam estressados e isso prejudica, também, a qualidade da carne. O pH, a acidez e a limpeza – ou o desequilíbrio desses “índices” – também podem contribuir para que os peixes adoeçam e morram.

Transporte

O estresse prejudica os peixes em vários aspectos e, durante o transporte, eles ficam muito suscetíveis a isso. Por conta desse problema, os criadores devem estar atentos para que seus peixes sejam transportados com todos os cuidados necessários e com toda a segurança no transporte.

Os peixes podem apresentar alguns comportamentos que indiquem problema de estresse, como tentativa de fuga na hora do abate ou ida à superfície para buscar oxigênio. É comum deixar os peixes em jejum por 48h antes do transporte, o que não é recomendado, porque além de afetar a qualidade da carne, também provoca sofrimento nos animais.

Exposição ao ar

Quando os peixes são expostos por muito tempo ao ar, se tornam mais sensíveis e conscientes do abate, vivendo estressados e com medo. É fundamental simular as condições normais de sua vida, como seu habitat natural, o que favorecerá, além do seu crescimento, sua reprodução.

Densidade populacional

Outro ponto negligenciado por piscicultores é em relação à quantidade de peixes criados em um mesmo tanque. Na tentativa de reduzir os custos com a criação, deixam uma quantidade muito grande de peixes em um tanque reduzido, desprezando a densidade populacional por metro cúbico ideal, o que também deixa os peixes muito estressados e, em alguns casos, agressivos.

Alimentação

A alimentação também não poderia ficar de fora ao se pensar sobre bem-estar animal na piscicultura. Os peixes precisam crescer fortes e saudáveis, o que só é possível com o fornecimento de alimentação adequada e na quantidade necessária, evitando químicos ou hormônios.

 


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Fonte: Engepesca – engepesca.com.br
por Renato Rodrigues

Renato Rodrigues 09-11-2020

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