Como funciona a criação de pós-larvas de peixes?

Quando as larvas abrem a boca, elas são conhecidas como pós-larvas e demandam cuidados específicos

Larvicultura - imagem meramente ilustrativa

Giovani Resende de Oliveira, professor do Curso CPT Criação de Peixes – Como Implantar uma Piscicultura, destaca que o criador pode escolher dentre várias fases qual ele deseja conduzir na sua propriedade. Apesar de a engorda ser a mais popular, há outras que também proporcionam bons lucros para os piscicultores.

Então, os criadores podem se especializar na larvicultura ou na pós-larvicultura. Entretanto, para alguns, ela pode ser uma das etapas, o que também não deixa de ser importante. Elas podem ser desenvolvidas a partir de várias espécies, sejam elas nativas ou exóticas. Informe-se mais sobre essas fases tão importantes:

Larvas, pós-larvas e alevinos

Logo após nascerem, os peixes são conhecidos como larvas. Esses indivíduos não possuem a anatomia totalmente perfeita, isto é, a boca ainda não abriu e o trato digestivo ainda não foi completamente formado, o que implica no consumo dos nutrientes que estão no saco vitelínico. A partir do momento em que a boca da larva se abre, ela já é conhecida como pós-larva.

Essas duas formas são absolutamente diferentes do peixe adulto, haja vista que a anatomia do indivíduo ainda está em formação. Posteriormente, ao adquirir características que já se aproximam do estereótipo de peixe que conhecemos, eles são chamados de alevinos. Somente a partir da maturação sexual que a fase de alevino é superada.

Alimento natural e desenvolvimento do trato digestivo das pós-larvas

Poucas espécies de pós-larvas conseguem se alimentar de rações comerciais – que devem ser bem moídas. Por conta disso, o ideal é que o primeiro alimento das pós-larvas, sejam vivos, porque o trato digestivo é rudimentar ou ainda não está completo. São exemplos de alimentos vivos protozoários, rotíferos, náuplios de copépodos e as formas jovens de cladóceros. Essa alimentação natural garante que os peixes no estágio pós-larva se desenvolvam adequadamente e sobrevivam para as próximas fases.

Tolerância ambiental de pós-larvas

Logo que se inicia a fase de pós-larva, é necessário cuidar do oxigênio dissolvido na água, a partir do monitoramento desse índice. Ao estocar os peixes, o cuidado deve ser estendido ao pH e à temperatura da água no viveiro, para que não haja um “choque” com a introdução desses seres no ambiente de criação.

Como preparar os viveiros para estocar as pós-larvas?

- Predadores

Em primeiro lugar, antes da estocagem, todos os predadores em potencial precisam ser eliminados. Para isso, pode-se aplicar cal hidratada sobre toda a superfície das poças. Ninfas de libélulas, remadores, baratas d’água, alevinos e peixes invasores que, porventura, tenham ficado nos viveiros, são exemplos de predadores.

- Calagem

A calagem consiste na aplicação de cal para que os indicadores químicos e físicos dos viveiros sejam otimizados. Essa ação corrige as águas com pH baixo e ajuda a mantê-lo, melhora a disponibilidade de nutrientes para o fitoplâncton e fornece cálcio para o desenvolvimento normal dele.

- Água

Ao abastecer o viveiro, torna-se imprescindível colocar uma tela com malha fina ao redor do tubo de abastecimento, o que visa prevenir a entrada de peixes predadores. O enchimento tem que ser feito no máximo 2 a 3 dias antes da estocagem das pós-larvas, com o objetivo de não haver tempo hábil para o desenvolvimento de vários insetos predadores.

- Adubação

A principal finalidade da adubação dos viveiros é propiciar o desenvolvimento de bactérias e de fitoplâncton que servem de alimento para protozoários e rotíferos, primeiro alimento das pós-larvas de várias espécies.

 


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Criação de Peixes – Como Implantar uma Piscicultura
Nutrição e Alimentação de Peixes
Produção de Alevinos

Fonte: Panorama da Aquicultura – panoramadaaquicultura.com.br
por Renato Rodrigues

Renato Rodrigues 04-02-2022

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