Abastecimento de água em tanques para a piscicultura: como funciona?

O processo de abastecimento é simples, mas os piscicultores precisam estar atentos a alguns fatores

Água para a piscicultura - imagem ilustrativa

Augusto dos Santos, professor do Curso CPT Criação de Tilápias em Tanques-rede, destaca que a piscicultura faz uso de tanques para a criação de peixes, que podem ser de tipos, tamanhos e formatos variados, desde que garantam proteção, facilidade de limpeza e praticidade durante o manejo.

Nesse contexto, o abastecimento deles é considerado peça-chave, pois ele é feito por derivação, seja por uma nascente, por um canal ou por um bombeamento. Logo, o piscicultor precisa saber realizá-lo, evitando erros que podem custar caro ao seu bolso. Durante o processo de construção até o abastecimento, fique atento:

- Topografia do terreno

O primeiro passo para construir um tanque que será destinado à criação de peixes é conhecer toda a topografia do terreno. De forma ideal, o fundo e as paredes precisam ser compactados, o que deixará o local mais estável e sem riscos de erosões ou infiltrações. Entra nessa “conta” também a avaliação do solo, que também exerce influência na efetividade do tanque.

- Qualidade da água

Depois, se você usará água para abastecer o tanque onde serão criados os seus peixes, é óbvio afirmar que ela precisa ser de qualidade. Qualquer que seja a fonte, é importante checar os parâmetros dela para que os peixes não sejam criados em águas poluídas e/ou contaminadas, prejudicando a sobrevivência deles.

- Canal de abastecimento

O abastecimento pode ser realizado de duas maneiras:

i. Por gravidade, quando a fonte que abastecerá o tanque se encontra em um nível acima dele, isto é, a água será direcionada de forma “natural” através de canais abertos ou tubulações;
ii. Por bombeamento, nos casos em que a água se encontra em níveis abaixo do tanque, a exemplo de poços.

- Canal de deságue

Nos tanques, a água do fundo não possui qualidade muito relevante para a piscicultura, o que torna recomendada a construção de um canal de deságue com calhas e tubos de PVC, que levarão essa água para o tanque de sedimentação ou de estabilização. Esse canal precisa estar na parte mais baixa do tanque, para que seja possível drená-lo totalmente quando houver a necessidade de colher os peixes, de fertilizá-lo ou de desinfetá-lo.

Diferença entre tanque e viveiro

Muitos piscicultores se perguntam qual é a diferença entre um tanque e um viveiro: enquanto os viveiros reproduzem as condições “naturais” dos peixes, os tanques são estruturas revestidas com alvenaria ou pedra. Em relação ao abastecimento, os viveiros são abastecidos por barragem ou derivação, e, devido a isso, conseguem encher ou esvaziar em menor tempo. Os viveiros, por sua vez, como mencionado, são abastecidos somente pelo processo de derivação.

Tipos de tanques e formatos mais comuns

Para a construção de qualquer tipo de tanque, o recomendado é que se procure informação técnica. Os dos principais são:

i. Tanques de terra, que se aproximam um pouco mais do habitat natural dos peixes e são mais baratos para serem construídos, exigindo manutenção constante;
ii. Tanques de alvenaria, que, de forma oposta, não recriam o ambiente natural dos peixes e demandam um investimento maior para serem construídos, ao mesmo tempo em que duram mais e dispensam manutenção frequente.

No que diz respeito aos formatos, há três diferentes:

i. Os tanques circulares
ii. Os tanques quadrados
iii. Os tanques retangulares

O primeiro formato também contribui para o oferecimento aos peixes de um local de criação mais próximo do habitat natural deles. Já os outros dois são mais fáceis de serem manejados e garante bem-estar aos animais. De acordo com a necessidade do piscicultor, os tanques podem ser adaptados, desde que sejam de qualidade e que favoreçam o processo de abastecimento.

 


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Criação de Peixes – Como Implantar uma Piscicultura
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Fonte: Blog Sansuy – blog.sansuy.com.br
por Renato Rodrigues

Renato Rodrigues 15-07-2021

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